domingo, 8 de julho de 2012

A espera...

... pode vir a revelar-se como algo mais que uma virtude. Esta acção acompanha-nos durante todo o tempo da nossa vida, independentemente de estarmos ou não preparados para lidar com ela. Podemos até pensar que estamos, mas se reflectirmos um pouco, facilmente chegamos à conclusão que unicamente nos adequamos à situação de ter de aguardar que algo aconteça e o mais rapidamente possível.
Falo de espera no sentido alargado do termo, englobando o simples período de tempo enquanto nos sentamos na paragem de autocarro até que este chegue ou a infindável quantidade de horas até que recebamos o resultado de um exame de saúde.
É, uma vez mais, uma questão de gestão. Organizar as nossas tarefas para que se aligeire o sentimento de ansiedade (por vezes em sofrimento), pode revelar-se uma tarefa complicada.
A dificuldade na espera depende da avaliação da matéria em questão. Será que damos importância demais a determinadas situações, empolgando-as e consequentemente penamos sem razão aparente? Ou será que de forma negligente (ou inadvertida), ficamos aquém na sua classificação, a ponto de a colocar em perigo? Esta tentativa de lógica pode, analogamente, ser aplicada à caracterização/qualificação das pessoas que nos rodeiam, levando a que condutas similares conduzam a reacções diferentes. Em ambos os casos, e por  consequência, esta forma de avaliação afecta certamente os níveis de sofrimento aliados à espera. 
- Porque tarda tanto a resposta à minha candidatura de emprego?
Porque demora o feedback dos sentimentos em relação aquela pessoa especial?
- Porque demora a recuperação das condições possíveis de saúde de um ente querido?
- Porque demoras tanto a resposta ao meu telefonema?
- Porque nunca chega a hora de punição para os interesseiros / intriguistas / manipuladores?
- Porque estou há tanto tempo à espera da chave vencedora do Euromilhões?
- Porque demora uma eternidade a instalação do sistema operativo neste computador?
- Porque parecem 20 os últimos 2 minutos de um importante jogo do Glorioso?
- Porque demora tanto a iniciar uma faixa, depois de acabar a anterior?
- Porque é tão reduzido, para alguns, o prazo para acabar uma normal licenciatura?
Por muito tempo que por cá se ande, não me parece que a maneira de lidar com a espera fique facilitada com o passar dos anos. Termino esta minha (ténue tentativa de) reflexão com o sentimento de reforço da ideia inicial: Vamos, na medida do possível, tentando adaptar as nossas actuações e avaliações às esperas deste mundo, tendo esperança que a "coisa" melhore (se possível, com companhia)...