Festival Serra da Estrela: Dia 1 - Como foi

Começou ontem a quarta edição do Festival Serra da Estrela. O recinto foi melhorado com a nova configuração: o palco está este ano localizado na lateral e os sanitários ao fundo.

Quando ontem dizia que este dia seria marcado por sons electrónicos estava enganado, porque quase todas as bandas mostraram em força as suas guitarras.

Os 6pm iniciaram a sua prestação à hora marcada (21:30), ainda com pouca gente junto ao palco, facto que rapidamente e felizmente se alterou quando se ouviram os primeiros acordes. A dupla espanhola foi para mim uma agradável surpresa, apresentando bons temas pop/rock e com boa vocalização.

Depois de um aceitável intervalo, seguiram-se os lisboetas ÖLGA. O trio (ao vivo como quinteto) debitou mais energia e psicadelismo do que esperava. Boa prestação só manchada em alguns temas por uma descabida guitarra. 

Os Coldfinger mostraram ontem que são um projecto com um curriculum diferente dos que os precederam. Logo na entrada em palco ficámos a saber que há no planeta Terra um acérrimo oponente à energia nuclear - o guitarrista da banda. Repetidamente berrou palavras de ordem contra aquela real e cada vez mais inevitável alternativa. No que realmente interessa, Margarida e parceiros estiveram excelentes, comunicativos com o público e em alto nível, tendo unicamente pecado pela quase ausência da tradicional electrónica do grupo. O melhor concerto da noite.

Os últimos a entrar em palco foram os Buraka Som Sistema, projecto que, apesar de lhe reconhecer qualidade e originalidade, não é muito da minha predilecção. Neste pressuposto tenho de admitir que esta banda é muito boa ao vivo e no contacto com a plateia. Apresentaram vários convidados, fazendo uma boa alternância nas vozes e agradando ao público. Um bom concerto e talvez o melhor para a maioria dos presentes.

A organização está de parabéns pela maneira ordeira como todos os aspectos foram acautelados. Um apontamento final, pela negativa, relativamente à indisponibilidade de todas as bandas para dar entrevistas, facto que contrasta com o que acontece com os artistas estrangeiros.