Regressado e recuperado dos violentos mas vibrantes dias passados na Herdade da Casa Branca, apetece-me falar sobre o Festival e sobre os concertos. Quando falo em violência, refiro-me obviamente, às longas e fatigantes horas de viagem até ao Alentejo, com um calor insuportável. Um grande bem haja ao inventor do ar condicionado. Depois de alguns percalços de itinerário e de uma quase completa visita à zona de Sines, lá chegámos ao Sudoeste (SW). Eram quase 20:00 de Quarta-feira e já o parque de campismo estava repleto e sem lugares de sombra disponíveis. Decidimos então montar as tendas perto da entrada mas ao sol, visto que o calor matinal e barulho constante iam fazer com que o toque de alvorada fosse dado muito cedo. A área de campismo está aumentada, o que faz sentido pois vai de encontro ao cada vez maior número de festivaleiros que optam por ficar junto ao recinto. Sob um astro ameaçador de chuva, que acabou por não ocorrer no festival, lá montamos as barracas, arrumamos as tralhas e fomos comer alguma coisa.
Antes do merecido descanso houve tempo para dar uma volta pela metade já aberta do recinto (estávamos no dia zero e só havia concertos no dia seguinte) e constatar que a julgar pelo magote de povo em frente ao palco Positive Vibes estaria para breve o início da prestação de Bob (argzakjshakashld) Sinclair. Era, dado o perigo que corríamos, chegada a hora de pôr o corpo a salvo e rumar ao que foi nosso pouso (escape durante concertos mais aborrecidos, mas também dada a qualidade dos djs de serviço) durante horas a fio - O bonito espaço Kubik. Nesta primeira noite assisti ao que para mim foi o melhor set musical do festival - os portugueses Pan Sorbe, que apresentaram vibrantes batidas electro e tecnho minimal. Em sentido contrário, registo com alguma tristeza, a fraca apresentação do germânico Tiefschwarz, sob o qual tinha elevadas expectativas.
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Notas a registar: O SW mudou. Em alguns aspectos para melhor, mas infelizmente em outros piorou. Se são de saudar os constantes melhoramentos levados a cabo (raramente há filas de espera, um aceitável asseio dos Wcs e as campanhas de recolha e entrega de lixo, a multiplicidade de espaços oferecidos tanto no recinto como no campismo...) há outros, inevitáveis e alheios à organização, que não o são e causam algum incómodo: a faixa etária do povo do festival é cada vez mais baixa (de há uns anos a esta parte, é chique ir ao SW e este evento foi adicionado à lista de coisas a fazer antes de morrer: escrever um livro, plantar e uma árvore e rumar à Zambujeira) e o pessoal da Morangada atacou em grande força. Esta tribo não respeita quem está ali para ver e ouvir o que o cartaz tem para oferecer: música e mantêm-se à frente na conversa e moche, quando podiam bem procurar outro local do espaço para o fazer em paz. Eu não os importunei nas "actuações" dos Sinclairs, Naims, Carliles ou Taras Perdidas; Outro facto negativo é que o consumo e tráfico de materiais estranhos é permanente, constante e incomodativo.
Para finalizar esta primeira parte, deixo, com imenso prazer, um facto - há, pelo menos, dois milhares de pessoas que preferiram a electrónica dos tugas Pan Sorbe e Full Metal Funk em detrimento do idolatrado Bob Sinclair. Clap, clap, clap...
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