Começo por dizer que, por muitos planos que se façam, é humanamente impossível chegar a tempo a um festival de cariz urbano. Esta minha (brilhante e tardia) conclusão é fruto de estar habituado a festivais de Verão em que acampo ou acantono e acedo ao recinto quando quero e sem complicações. Neste em particular, depois de programada a viagem e ainda antes de chegar a Algés, deparámos com o primeiro contratempo: fila de quase meia hora para comprar um bilhete de comboio, facto que implicou a chegada ao local à hora a que pensávamos começar a apreciar a que para mim era a primeira banda da tarde (Vampire Weekend). A esta altura começa o martírio maior, quando depois das normais revistas por parte das autoridades (sempre presentes, disponíveis e simpáticas) fomos brindados com uma hora de espera para poder trocar o bilhete pela pulseira que nos permite entrar/reentrar no recinto. Vimo-nos chegados a um amontoado de povo em filas desordenadas, que esperava, num ritual lento de avanços a passo, com um sol incomodador de final de tarde, até chegar a uma banca onde 5 pessoas furavam o bilhete e aplicavam a dita fita, tudo isto em 20 segundos. Aqui acabam as responsabilidades das outras entidades (CP, Metro, nós próprios) e começam as da Everything is new. É inconcebível que, apesar da crise financeira que afecta todo o país, a organização do que para muitos é o melhor cartaz deste ano, não consiga prever (sabendo que o melhor dia era o primeiro e que devido ao preço dos bilhetes pontuais se iria optar pelos passes de 3 dias) que seria necessário reforçar o número de colaboradores para essa "importante" tarefa. Acertadamente comentou um colega/mártir de fila de pulseira:"amanhã (hoje, Dia 2) vão estar ali os mesmos 5 rapazes, sentados à espera das poucas dezenas de pessoas que queiram colocar pulseira".
Adiante. Acabámos por, vitoriosamente, entrar no local cerca das 20:00, verificando que já tinha terminado a actuação da banda americana. Decidimos usar o que pensávamos ser um curto intervalo para refrescar as gargantas e esperar pelo início da mui aguardada actuação de MGMT, marcada para aquela hora. Mais uma fila (esta "só" de 10 minutos, mas com direito a discussão pacífica e cordial com uma penetra) e estamos finalmente preparados, de cerveja de 0,65 l em punho.
Já tínhamos sido informados do cancelamento de CSS e da divisão do respectivo tempo de actuação pelas bandas que o antecediam, facto que pessoalmente me entristeceu mas que aparentemente permitia um acrescento da actuação dessas bandas. Nada disse se veio a verificar, tendo optado a organização por alargar ... os intervalos. Não se entende tal situação, nem que mais não fosse, pelo facto de ter sido comunicado oficialmente a mencionada divisão de tempo.
Nem vou sequer repetir o que penso relativamente às opções de distribuição de horários pelos dois palcos e que de acordo com opinião generalizada, facilmente se poderia ter alterado a ordem de maneira a permitir assistir a, por exemplo, MGMT no palco Metro e The National no palco Optimus. Assim não aconteceu e optámos por ver três temas dos primeiros e rumar para ver o concerto dos segundos, que entretanto já se tinha iniciado. Do pouco que vi, os MGMT (com uma banda mais alargada em palco que em disco) conseguem transpor para concerto os temas do seu excelente disco de estreia. Gostei muito e queria ter visto tudo, mas... motivos mais altos nos chamavam do palco principal, para onde rumámos.
Continua aqui.
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